quarta-feira, 13 de agosto de 2025

MP e TCE investigam licitação de medicamentos em Votorantim

Foto: Internet

O Ministério Público (MP-SP) e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo (TCE-SP) investigam a licitação realizada pela Prefeitura de Votorantim para a compra de medicamentos e a suposta falta de limpidez no Portal da Transparência. O pedido partiu do vereador Fernando Fernandes (PP), que enviou a documentação aos órgãos na segunda-feira, 11 de agosto de 2025. Por nota, a prefeitura informou que não houve nenhuma intimação ou manifestação formal por parte do MP ou do TCE em relação ao tema para o município.
 
Conforme o denunciante, têm sido constantes as reclamações da população sobre a falta de medicamentos básicos e controlados na rede pública municipal, o que passou a ser analisado por ele. Ao questionar as pastas responsáveis, a resposta era de que a compra dos remédios estava em licitação. O valor estipulado para o contrato é de R$ 7 milhões.
 
O retorno era o mesmo diversas vezes, levando o vereador a consultar o Portal da Transparência, onde notou que a última atualização sobre a licitação foi em 1º de julho. “A impressão é que estão sendo atualizados apenas os contratos de interesse do Executivo”, comentou Fernando Fernandes ao Cruzeiro do Sul. Por volta das 19h de ontem (12), a reportagem acessou o referido edital e a data seguia a mesma: início de julho.
 
Outro ponto que motivou o parlamentar a enviar o caso ao MP e ao TCE foi a suspeita de irregularidade no processo licitatório. “Diversos questionamentos foram feitos ao longo do processo, principalmente quanto ao critério adotado de ‘menor preço por lote’ ao invés de ‘menor preço por item’, que certamente traria maior vantajosidade financeira e competitividade”, cita um dos trechos do documento enviado aos órgãos.
 
Em outro trecho, Fernando Fernandes relata o alto índice de exigências excessivamente restritivas, o que gerou “inúmeros pedidos de impugnação”.
 
Ainda conforme o vereador, a lista de medicamentos que compõem o contrato não foi esclarecida em nenhum momento. Os remédios de alto custo, por sua vez, são de responsabilidade do Estado e não fazem parte da investigação atual.
 
 
MP e TCE
 
O Cruzeiro do Sul procurou o MP e o TCE sobre a investigação. Ambos confirmaram o recebimento da denúncia, mas, devido ao pouco tempo de análise, não foi possível prestar maiores esclarecimentos ou um parecer prévio.
 
A investigação do Ministério Público está a cargo do 3º Promotor de Justiça de Votorantim, Josmar Tassignon Júnior. A do Tribunal de Contas do Estado, por sua vez, tem como relator o conselheiro Maxwell Borges de Moura Vieira.
 
 
O que diz a prefeitura
 
Em nota, a Prefeitura de Votorantim esclareceu que o processo ainda está na fase de assinatura da Ata de Registro de Preços, portanto, o vencedor não foi formalmente escolhido. Atualmente, permanecem classificadas seis empresas no certame, desde que não haja desistência de nenhuma delas.
 
O valor estipulado de R$ 7 milhões não foi confirmado pela municipalidade, que apresentou um novo valor: R$ 4.118.192,64, referente ao consumo até o limite global da Ata. “Importante destacar que a Ata de Registro de Preços não configura uma contratação imediata, mas sim um registro de preços. Isso significa que a Administração não está obrigada a consumir ou comprar os itens licitados, ficando livre para realizar as compras conforme sua necessidade dentro do limite estabelecido”, informa a nota.
 
A compra por lote foi defendida pela prefeitura, que alegou orientação do Tribunal de Contas. Conforme a nota, “a compra por lotes favorece a competitividade entre os fornecedores e permite um melhor agrupamento dos itens, facilitando a gestão e a execução do fornecimento.”
 
Quanto à não atualização do Portal da Transparência, a prefeitura explicou que o site é alimentado diariamente conforme demanda e informações disponíveis, e que, caso haja alguma atualização pendente, ela será realizada assim que os dados forem processados.
 
Por fim, o Cruzeiro do Sul questionou o município sobre a lista de medicamentos que fazem parte da licitação. Contudo, a prefeitura respondeu que se trata de um “amplo grupo de medicamentos, desde A até Z, incluindo aqueles de ordem social e aqueles destinados ao atendimento de demandas judiciais.”
 
 
 
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

 

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