quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Podemos protocola pedido de CEI contra gestão de Weber Manga e Câmara rejeita

Luciano Silva é quem assina o pedido; Rodrigo Kriguer avisa que não dará seguimento ao caso, enquanto Weber Manga sequer foi notificado (Crédito: FOTOS: DIVULGAÇÃO)

O diretório do partido Podemos em Votorantim protocolou, na terça-feira, 23 de setembro de 2025, um requerimento formal à Câmara Municipal solicitando a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para apurar a administração do prefeito Weber Manga (Republicanos). O pedido, assinado pelo presidente municipal da sigla, professor Luciano Silva, foi encaminhado ao presidente da Casa, vereador Rodrigo Kriguer (PSD), acompanhado de um abaixo-assinado com mais de mil adesões de moradores.
 
Apesar disso, a solicitação não terá seguimento. Kriguer adiantou que o documento “não preenche os requisitos legais para instalação de Comissão Especial de Inquérito e, por isso, não entrará em pauta”. Já a Prefeitura de Votorantim informou que ainda não foi oficialmente notificada e que, caso seja, prestará os devidos esclarecimentos.
 
No requerimento, o Podemos menciona fundamentos jurídicos da Constituição Federal e da Lei Orgânica do Município que asseguram ao Legislativo a prerrogativa de fiscalizar os atos do Executivo. O partido argumenta ainda que não cabe aos vereadores aguardar a atuação do Ministério Público, já que as atribuições de fiscalização das duas instituições são distintas e complementares. “A omissão da Câmara configuraria quebra do princípio da separação dos poderes”, alerta o texto.
 
Entre os pontos levantados para justificar a instalação da CEI, estão denúncias de contratos emergenciais que somam R$ 42 milhões, suspeitas de superfaturamento na compra de uniformes escolares e atrasos na entrega dos kits, afetando alunos da rede municipal. O partido também cita desequilíbrio orçamentário, risco de fechamento da UPA do Jataí e da UPA Infantil, falta de medicamentos, escassez de médicos e demora em consultas e cirurgias eletivas. Para Luciano Silva, o município estaria em situação de “colapso administrativo e social”.
 
O requerimento também solicita que o abaixo-assinado seja acolhido e que a Mesa Diretora adote providências para coletar o número mínimo de quatro assinaturas de vereadores — exigência prevista no Regimento Interno — a fim de viabilizar a abertura da CEI. O documento pede ainda que cada parlamentar seja notificado formalmente e se manifeste sobre sua adesão.
 
Ao encerrar o ofício, Luciano Silva reforça que a criação da comissão não é apenas uma prerrogativa, mas um dever constitucional da Câmara. Segundo ele, os vereadores têm a obrigação de assegurar transparência e fiscalização efetiva dos atos da prefeitura.
 
 
O que diz a Câmara?
 
A Câmara confirma que recebeu e protocolou o documento em respeito ao direito constitucional de petição, mas o presidente Rodrigo Kriguer ressalta que o pedido não atende às exigências legais. “Conforme previsto na Lei Orgânica do Município e no Regimento Interno da Câmara, a abertura de uma Comissão Especial de Inquérito somente pode ser requerida por vereador em exercício e com o apoio mínimo de quatro assinaturas, correspondentes a um terço dos membros do Legislativo”, explica Kriguer.
 
 
O que diz a prefeitura?
 
A Prefeitura de Votorantim afirma que ainda não foi notificada oficialmente sobre a CEI, mas que, caso isso ocorra, prestará os devidos esclarecimentos. Outros questionamentos enviados pelo Cruzeiro do Sul — como os contratos emergenciais, suspeita de superfaturamento na compra de uniformes e risco de fechamento das unidades de saúde — não foram respondidos até o fechamento desta edição. O espaço permanece aberto para manifestações.
 
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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