Dom Julio Endi Akamine SAC
Arcebispo de Sorocaba
Avenida Doutor Eugênio Salerno, 60
18035-430 – Sorocaba SP - Brasil
fone/fax:
+55 (15) 32216880
Aos Reverendíssimos Padres
Aos Reverendíssimos Diáconos
Aos Consagrados e Consagradas
Aos Fiéis da Arquidiocese de Sorocaba
Sorocaba, 19 de março
de 2020
Solenidade
de São José, Patrono da Igreja e Protetor da Vida
Em atenção às recomendações das autoridades competentes,
comunico novas determinações pastorais para toda a Arquidiocese de Sorocaba a
fim de que os católicos se engajem pessoal e responsavelmente no enfrentamento
da disseminação do novo coronavirus.
Que os nossos sacerdotes não deixem de rezar a eucaristia
diariamente sem a presença de fiéis. Os sacerdotes observem o que está
prescrito na Introdução Geral ao Missal Romano (IGMR 209-231) “Missa sem povo”
e sigam o “Rito da Missa Celebrada sem Povo”.
Os fiéis sejam avisados da celebração da Missa sem povo
(dia, horário, local) para que possam se
recolher em oração pessoal sem vir ao local da celebração e
se unir espiritualmente à celebração para suplicar a Deus pela Igreja e pelos
paroquianos, pelo seu padre, pelos doentes e profissionais da área de saúde.
Quando for possível, a transmissão pelos meios de comunicação (rádio, TV,
internet), os fiéis assistam à “Missa sem Povo”.
A celebração da missa é ação de Cristo e do Povo de Deus
hierarquicamente ordenado e é o centro de toda a vida cristã da Igreja
Universal, da nossa Arquidiocese e de cada um dos seus fiéis. Nela está o ponto
alto da ação santificadora de Deus em Cristo e do culto que nós oferecemos ao
Pai, pelo Filho, no Espírito Santo (IGMR 1).
A celebração da “Missa sem Povo” celebrada na igreja
paroquial tem grande valor, uma vez que ela representa a Igreja Católica no
tempo e no lugar em que está situada. Este significado se dá principalmente na
celebração dominical do dia do Senhor, mas também tem grande dignidade a “Missa
sem Povo”. Os fiéis, mesmo que não acorram à igreja, participam dela
espiritualmente para poderem receber dela os frutos que Cristo quer distribuir
com abundância à sua Igreja.
Mesmo que não se possa contar com a presença dos
paroquianos, a “Missa sem Povo” conserva a sua eficácia e a sua dignidade, uma
vez que ela é, por sua natureza, ação de Cristo e da Igreja, na qual o sacerdote
sempre age pela salvação do povo.
Convém fechar a igreja quando é celebrada a “Missa sem
povo”. Nesse momento seja posto um sinal nas portas da igreja para comunicar
que se está celebrando a Missa e para os fiéis se unirem
espiritualmente à celebração dos sagrados mistérios.
Além do acima exposto, a “Missa sem Povo” deve ser celebrada
a fim de que as hóstias da reserva
eucarística sejam constantemente renovadas.
As igrejas se mantenham abertas nos outros horários para os
que desejarem fazer sua oração pessoal e o culto de adoração eucarística,
sempre tomando o cuidado de não permitir a aglomeração de fiéis no interior da
igreja, como orientam as autoridades competentes.
Os sacerdotes continuarão a atender as confissões. Nesse
sentido apelo para a responsabilidade de obedecer às recomendações profiláticas
para evitar aglomeração de penitentes e a transmissão do novo coronavirus. Para
tanto os sacerdotes não usem o confessionário, mas atendam em lugares amplos e ventilados,
mantendo a distância mínima de segurança e o sigilo de confissão.
As visitas realizadas pelos ministros extraordinários da
sagrada comunhão aos doentes devem ser
suspensas. Não se deve, porém, deixar de fazer contato por
telefone e outros meios para garantir-lhes o acompanhamento, a proximidade e a
oração por eles. Os sacerdotes atendam os casos graves, quando forem
solicitados, sempre observando as necessárias medidas de profilaxia.
Os batizados, crismas, matrimônios e celebrações de exéquias
estão suspensos até que dure esta
situação de emergência. Caso haja celebração de matrimônio
que não possa ser suspensa, os noivos e o pároco entrem em acordo para que a
celebração se realize sem contrariar as determinações e as recomendações das
autoridades competentes. Seja celebrada a bênção do túmulo e o rito de
sepultura ou cremação, onde for possível garantir a segurança para os que tomam
parte deles.
Todas as atividades religiosas não sacramentais (quermesses,
procissões, catequese, curso de batismo e de noivos, encontros e retiros, etc.)
estão suspensas até que durem as medidas de restrição feitas pelas autoridades
competentes.
Os párocos devem colaborar ativamente e em primeira linha
com as autoridades competentes no
combate à transmissão do novo coronavirus, dando a cada caso
orientação e tomando decisões que estão no âmbito de sua competência como
pastor próprio de seu povo.
Por fim, garanto a todos os fiéis que os presbíteros, os
diáconos, os consagrados, as consagradas e este arcebispo não deixarão de rezar
e se sacrificar pelo rebanho a eles confiado.
Com nossas orações e sacrifícios,
Arcebispo
de Sorocaba
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