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| Foto - Crédito: LAVÍNIA CARVALHO |
Moradores que vivem nas proximidades do Ecoponto de
Votorantim, localizado no acesso 103 da Rodovia Dr. Miguel Affonso Ferreira de
Castilho (SP-79), têm enfrentado uma rotina de sujeira, fumaça e insegurança.
Mesmo com o local adequado para o descarte de materiais inservíveis, como
móveis e entulhos, muitos munícipes deixam os resíduos na porta do espaço, o
que tem causado transtornos à vizinhança.
De acordo com os funcionários do Ecoponto, parte do problema
está ligada à falta de informações corretas sobre o horário de funcionamento.
“Aqui funciona das 8h às 16h30 o descarte, de segunda a sábado. Domingo e
feriado são fechados. Só que no site [se referindo à pesquisa no Google]
aparece como se funcionasse 24 horas. Aí a pessoa olha no Google, vem aqui e
está fechado. Se chega e encontra o portão trancado, acaba jogando o lixo na
frente do local”, explica o auxiliar de limpeza João Monteiro, 58 anos.
Eles também relataram a redução de equipe e atrasos na
manutenção do espaço, o que agrava o acúmulo de materiais. “Antes vinham cerca
de dez caminhões por semana para fazer a limpeza. Agora, com menos gente
trabalhando, acumulou muito”, conta Benedito Carlos, 63 anos.
Além disso, os trabalhadores afirmam que o local enfrenta
problemas estruturais e falta de condições adequadas para o trabalho diário.
“Olha onde a gente fica: não tem luz, é um lugar totalmente insalubre. Quando
está sol, tem muita poeira. Quando pega fogo, a gente convive com a fumaça”,
desabafa Benedito.
Já a moradora Elisabete Vieira, 59, que vive ao lado do
Ecoponto, revela que o descarte irregular é constante, especialmente quando o
local está fechado. “Muitas vezes jogam o lixo aqui, na frente da minha casa.
Quando o Ecoponto fecha no sábado, domingo ou feriado, o pessoal vem e descarta
tudo na fachada”, afirma.
Ela diz ainda que, além do lixo, usuários de drogas utilizam
o espaço e que os próprios moradores precisam limpar a área. “Outro dia fizeram
uma casinha aqui na frente, então tive de desmanchar. A prefeitura não faz
nada. Quando chove, alaga tudo, entope o bueiro. É um caos”, denuncia a dona de
casa. Para Elisabete, a solução seria uma maior fiscalização da Prefeitura de
Votorantim e a instalação de câmeras de segurança.
A aposentada Ivone Pedroso Rodrigues, 83, que mora há
décadas na região, reforça as reclamações. O marido e ela, ambos idosos, também
convivem com fumaça, poeira e insegurança. “Aqui é um muito complicado, passa
carro o dia inteiro e tem muita poeira. Meu marido tem fibrose pulmonar, e isso
só piora. De vez em quando, eles colocam fogo no Ecoponto e a fumaça entra toda
dentro de casa.”
Ainda segundo ela, o problema se intensifica porque o local
atrai pessoas que consomem drogas e dormem em frente das residências. “De
noite, usuários de entorpecentes dormem aqui, mas nós somos um casal de idade,
é uma questão de segurança”, acrescenta.
As reclamações apontam para falta de fiscalização,
desinformação sobre o horário de funcionamento e acúmulo de resíduos —
problemas que acabam afetando diretamente quem vive nas proximidades. Enquanto
não é intensificado a manutenção e o controle do local, os próprios moradores
seguem limpando a área e tentando conviver com o descaso.
Sem manifestação
O Cruzeiro do Sul questionou a Prefeitura de Votorantim, mas
até as 17h de ontem (5) não havia recebido respostas. Perguntamos sobre o
horário e o funcionamento oficial do Ecoponto; se há alguma previsão de
ampliação dos horários ou mudanças para facilitar o uso pela população; se a
prefeitura tem conhecimento sobre os casos de descarte irregular na entrada do
Ecoponto; que tipo de fiscalização ou monitoramento é realizado, entre outras
coisas. O espaço segue à disposição para eventuais manifestações. (Lavínia
Carvalho - programa de estágio)
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul

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