sábado, 20 de julho de 2019

Em um ano, agendamento de consultas realizado pela Central de Regulação de Vagas sobe mais de 500%


Levantamento da Secretaria da Saúde aponta um salto de 926 encaminhamentos em maio de 2018 para 5.033 em maio deste ano, entre vagas estaduais Cross e municipais

Chegar todos os dias mais cedo, entrar no sistema disponibilizado pelo governo estadual e esperar pontualmente às 7h a abertura do chamado “Bolsão” para garimpar vagas remanescentes de consultas e exames já virou uma rotina para a equipe de nove pessoas coordenadas por Simone Marina de Souza Soares, chefe do serviço de regulação de vagas estaduais e municipais, da Secretaria de Saúde (Sesa).  Somente com o saldo desta operação Votorantim ganha uma média de 50 vagas a mais por dia além da cota disponibilizada ao município pelo sistema estadual Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), voltado ao atendimento de alta de média complexidades.

Esta é, no entanto, apenas uma parte do trabalho ininterrupto que vem sendo desenvolvido pela Central Integrada de Regulação de Vagas, criada pela Prefeitura de Votorantim em 25 de maio de 2018 para otimizar o agendamento de consultas e exames de especialidades, tanto para Cross quanto para os oferecidos pelo município. Em um ano, a evolução está acontecendo. Para se ter uma ideia, nos dois casos, de maio de 2018 a maio deste ano, a Central deu um salto de 926 para 5.033 agendamentos totais, um aumento considerável de mais de 540%. E somente nos cinco primeiros meses deste ano a Central já fez um total de 18.056 agendamentos dos quais 6.640 são vagas Cross. De janeiro a dezembro do ano passado esse número fechou em 22.680.

“Apostamos na formação de uma equipe específica dedicada para tentar minimizar a demanda reprimida por vagas na saúde e temos colhido bons resultados graças à gestão, ao planejamento e principalmente ao empenho dos nossos servidores”, destaca o prefeito Fernando de Oliveira Souza. “Sabemos que a fila ainda é grande em se tratando de vaga Cross, mas aos poucos o trabalho está aparecendo”, complementa.

De acordo com o secretário da Saúde, Junior Silveira, das 15 mil guias existentes quando a Central foi criada, cerca de 8 mil já foram auditadas. Isso significa rastrear uma por uma e saber, por exemplo, qual a situação atual do paciente.  “A Central está acelerando a fila, mas não podemos deixar de esclarecer que em se tratando das vagas Cross ainda temos um longo caminho. Mesmo assim, já estamos conseguindo agendar de um mês para o outro, consultas nas áreas de cardiologia adultos, consultas de oncologia, vascular, ginecologia, plástica, pré-natal de alto risco, pneumo infantil, endócrino infantil, gastro infantil, pediatria de médio e alto risco”, explica.

 Já para algumas especialidades ele conta que a demanda ainda é bastante reprimida e em alguns casos o governo estadual ainda está chamando pacientes desde 2008, 2009, 2011, 2012 como nas áreas de ortopedia, oftalmologia, raio X contrastado, urologia, plástica do abdômen e de mama.

Somente especialidades

O secretário reforça que todos esses dados fazem parte do levantamento relativo aos atendimentos e exames de especialidades médicas. “Não entram nesse universo os números das consultas, exames laboratoriais e procedimentos realizados pela nossa rede de atenção básica, ou seja, nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) da cidade”, destaca. Nesses casos, nas 15 UBSs do município foram realizados, de janeiro a maio deste ano, cerca de 18 mil consultas e atendimentos de enfermagem e 16.658 exames laboratoriais.

Outro dado apontado pelo secretário é a queda nas ausências às consultas, tanto nos casos de especialidades quanto nas UBSs, que hoje gira em torno de 25% “Ainda é um número alto, apesar de termos conseguido, gradativamente, diminuir esta margem”, diz. Junior Silveira explica que a Sesa está preparando uma campanha de conscientização para que as pessoas não faltem às consultas médicas.

A equipe da Central

A Central de Vagas conta com dois médicos reguladores, uma auxiliar de enfermagem, uma assistente social, escriturários e estagiários.  A auditoria dos médicos é estritamente técnica e indispensável para a hierarquização da fila. “Antes, éramos apenas duas pessoas para um volume impossível de realizar um atendimento correto”, conta a coordenadora Simone. “Hoje o trabalho flui por conta do aumento de colaboradores e pelo entrosamento da equipe, que não mede esforços aos sábados, domingos e feriados para encaminhar a vaga ao paciente que tanto necessita”, explica.

Para ela, a sensibilidade da administração em enxergar a necessidade de gestão foi fundamental. “É gratificante ver que estamos avançando. Sabemos que garimpar as vagas todas as manhãs no Bolsão do Cross é um trabalho de formiguinha, mas que ajuda bastante. Se colocar no lugar do outro faz toda a diferença, especialmente em se tratando de saúde. Cada vez mais é preciso pensar que do outro lado do balcão há pessoas aguardando por procedimentos que podem inclusive salvar vidas. O mais importante é que a fila está andando”, comemora.

 


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