Levantamento da
Secretaria da Saúde aponta um salto de 926 encaminhamentos em maio de 2018 para
5.033 em maio deste ano, entre vagas estaduais Cross e municipais
Chegar todos os dias mais cedo, entrar no sistema
disponibilizado pelo governo estadual e esperar pontualmente às 7h a abertura
do chamado “Bolsão” para garimpar vagas remanescentes de consultas e exames já
virou uma rotina para a equipe de nove pessoas coordenadas por Simone Marina de
Souza Soares, chefe do serviço de regulação de vagas estaduais e municipais, da
Secretaria de Saúde (Sesa). Somente com
o saldo desta operação Votorantim ganha uma média de 50 vagas a mais por dia
além da cota disponibilizada ao município pelo sistema estadual Cross (Central
de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde), voltado ao atendimento de alta
de média complexidades.
Esta é, no entanto, apenas uma parte do trabalho ininterrupto
que vem sendo desenvolvido pela Central Integrada de Regulação de Vagas, criada
pela Prefeitura de Votorantim em 25 de maio de 2018 para otimizar o agendamento
de consultas e exames de especialidades, tanto para Cross quanto para os oferecidos
pelo município. Em um ano, a evolução está acontecendo. Para se ter uma ideia,
nos dois casos, de maio de 2018 a maio deste ano, a Central deu um salto de 926
para 5.033 agendamentos totais, um aumento considerável de mais de 540%. E
somente nos cinco primeiros meses deste ano a Central já fez um total de 18.056
agendamentos dos quais 6.640 são vagas Cross. De janeiro a dezembro do ano
passado esse número fechou em 22.680.
“Apostamos na formação de uma equipe específica dedicada
para tentar minimizar a demanda reprimida por vagas na saúde e temos colhido
bons resultados graças à gestão, ao planejamento e principalmente ao empenho
dos nossos servidores”, destaca o prefeito Fernando de Oliveira Souza. “Sabemos
que a fila ainda é grande em se tratando de vaga Cross, mas aos poucos o
trabalho está aparecendo”, complementa.
De acordo com o secretário da Saúde, Junior Silveira, das 15
mil guias existentes quando a Central foi criada, cerca de 8 mil já foram
auditadas. Isso significa rastrear uma por uma e saber, por exemplo, qual a
situação atual do paciente. “A Central
está acelerando a fila, mas não podemos deixar de esclarecer que em se tratando
das vagas Cross ainda temos um longo caminho. Mesmo assim, já estamos
conseguindo agendar de um mês para o outro, consultas nas áreas de cardiologia
adultos, consultas de oncologia, vascular, ginecologia, plástica, pré-natal de
alto risco, pneumo infantil, endócrino infantil, gastro infantil, pediatria de
médio e alto risco”, explica.
Já para algumas
especialidades ele conta que a demanda ainda é bastante reprimida e em alguns
casos o governo estadual ainda está chamando pacientes desde 2008, 2009, 2011,
2012 como nas áreas de ortopedia, oftalmologia, raio X contrastado, urologia,
plástica do abdômen e de mama.
Somente especialidades
O secretário reforça que todos esses dados fazem parte do
levantamento relativo aos atendimentos e exames de especialidades médicas. “Não
entram nesse universo os números das consultas, exames laboratoriais e
procedimentos realizados pela nossa rede de atenção básica, ou seja, nas UBSs
(Unidades Básicas de Saúde) da cidade”, destaca. Nesses casos, nas 15 UBSs do
município foram realizados, de janeiro a maio deste ano, cerca de 18 mil consultas
e atendimentos de enfermagem e 16.658 exames laboratoriais.
Outro dado apontado pelo secretário é a queda nas ausências
às consultas, tanto nos casos de especialidades quanto nas UBSs, que hoje gira
em torno de 25% “Ainda é um número alto, apesar de termos conseguido,
gradativamente, diminuir esta margem”, diz. Junior Silveira explica que a Sesa
está preparando uma campanha de conscientização para que as pessoas não faltem
às consultas médicas.
A equipe da Central
A Central de Vagas conta com dois médicos reguladores, uma
auxiliar de enfermagem, uma assistente social, escriturários e
estagiários. A auditoria dos médicos é
estritamente técnica e indispensável para a hierarquização da fila. “Antes,
éramos apenas duas pessoas para um volume impossível de realizar um atendimento
correto”, conta a coordenadora Simone. “Hoje o trabalho flui por conta do
aumento de colaboradores e pelo entrosamento da equipe, que não mede esforços
aos sábados, domingos e feriados para encaminhar a vaga ao paciente que tanto
necessita”, explica.
Para ela, a sensibilidade da administração em enxergar a
necessidade de gestão foi fundamental. “É gratificante ver que estamos
avançando. Sabemos que garimpar as vagas todas as manhãs no Bolsão do Cross é
um trabalho de formiguinha, mas que ajuda bastante. Se colocar no lugar do
outro faz toda a diferença, especialmente em se tratando de saúde. Cada vez
mais é preciso pensar que do outro lado do balcão há pessoas aguardando por
procedimentos que podem inclusive salvar vidas. O mais importante é que a fila
está andando”, comemora.
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